Sheron

Hum... eu pensei muito em quando eu iria escrever sobre isso. E eu acho que chegou a hora.

Tudo começou num fatídico dia, onde homens eram homens e meninos eram... o Vini. Certo, a Sheron me adicionou no Orkut e depois no msn, descobrindo mais tarde, que era um engano da mesma, pensando que eu era um cara que ela conheceu. Mas eu não era.

Eu era só um cara que estava ali, e que era pra ser outra pessoa. Incrível.

Fanática por Guns'N Roses e com milhares de fotos no Orkut, ela era uma garota estranha.

Ela ignorou o fato de eu sei o cara errado e começou a conversar comigo pelo msn. Eu, fiquei nervoso pra caramba e só conseguia conversar através de piadinhas, muitas vezes de gosto duvidável. E ela ria. Com o tempo nós nos tornamos amigões do peito, até que ela revelou que tinha um primo gay... e eu comentei que ela não deveria me apresentar a ele para não sofrer nenhum risco. E ela disse que não o faria, pois não queria concorrência.

Revelados os seus sentimentos, eu comecei a me aproximar dela de uma forma diferente. Ao invés de piadinhas, eu começava comentando o quanto ela era linda e radiante, e como eu gostaria de estar perto dela. E assim, ela me convidou para ir no Expresso, ver um Cover do Metallica que aconteceria num Domingo. E ela começou a me contar os seus sonhos também. Em um deles, ela estava no Expresso, ouvindo a música e eu estava lá. Olhei pra ela, e peguei nas mãos da mesma. Aproximei o meu rosto do dela, e ela acordou. Hum... Um dia ela me disse que não tava procurando um relacionamento sério, e que ela queria se divertir um pouco.

Outro sonho é mais bizarro ainda. Ela sonhava que acabava tendo um filho comigo, e nós tínhamos que contar pros nossos pais esse fato. E no começo eu não queria a criança, mas com o tempo eu aprendi a amá-la. Sim, quando ela acabou de me contar eu tava bem assustado. Mas bem assustado mesmo. Nesse meio tempo, entre conversas, ela disse que me amava. E eu disse que amava ela também, mesmo não sabendo se isso era verdade. Eu não devia ter dito isso. Ela disse que não queria nada sério, e eu ignorei. Fui um tolo.

O dia do Expresso se aproximava. E chegou. Mas ela me disse que o pai dela não tinha deixado ela ir e tal. Desconfiado eu consultei a página de recados dela onde ela dizia pra amiga que não iria pois estava sem dinheiro. E mentir é feio, não importa se há motivos para isso.

Marcou pro domingo seguinte, onde haveria a segunda rodada do Cover do Metallica. E de novo não aconteceu, porque no dia, ela viu que tinha que ter o nome na lista e ela não sabia disso, então não dava pra ir. E eu fui me decepcionando com ela. Cada vez mais. Até que ela marcou um dia pra nós nos encontrarmos no parque. E eu fui. E ela foi. Ela levou uma amiga, e eu um amigo. Um erro cruel.

Foi basicamente, um dia em que eu fiquei sentado em uma pedra, ouvindo as duas fofocarem sobre um bocado de coisas, como o colégio e a vida delas... e eu só fiquei quieto observando... No final da tarde, nós fomos pra parada de ônibus esperar por um, quando eu entreguei o presente que eu tinha comprado pra ela: um ursinho, mais tarde apelidado de Elvis. E nós nos beijamos. Vini perdera sua inocência.

O Léo, que é o amigo que foi comigo, não se aproximou da amiga dela, porque segundo ele, ela era um "mostro maligno do mar". E era mesmo. Mas tudo bem. Pra mim. Não pra ele. Encontros duplos são uma droga por causa disso. Eu poderia muito em ter conversado com ela a tarde toda e conhecido ela melhor. E o resultado ia ser o mesmo. Enfim, ela foi pra casa... pegou o ônibus e tal. O Léo chegou pra mim e disse:
"-Vini, isso é o que nós jovens chamamos de 'ficar'."

E eu achei que algo importante tinha acontecido naquele dia. Que eu ia começar a namorar e eu conheceria o amor. Não o inalcansável, como eu tanto senti, mas o compartilhado e doce. Mas não era nada disso. A Sheron depois daquele dia, foi se afastando cada vez mais. Eu entrei em desespero e pedi se eu tinha feito alguma coisa errada, e ela discordou. Então eu pedi se ela queria sair comigo de novo, e ela me disse que não sabia, porque ela tava ficando com outro cara. O cara que comandava os eventos no Expresso. Um emo que levou embora as minhas esperanças e alegrias. Tudo por quê?

Pelo fato de ser comum de se dizer que se ama alguém pela internet, descoberto depois por mim, isso. Também pois os hormônios das garotas fazem com que elas achem que gostam de alguém, quando na verdade não o fazem. E elas não pensam que talvez a outra pessoa realmente esteja sentindo algo. E não pensando, elas simplesmente vão embora. E te deixam lá. Desolados. E tudo isso durou o incrível tempo de... 3 semanas! Três semanas que mudaram completamente a minha vida! De um baixinho solitário, eu quase virei um baixinho apaixonado, pra depois virar um baixinho miserável.

O Vini é ingênuo? Sim. Ele é. Mas eu não sou culpado por acreditar que ainda possa existir um amor verdadeiro nesse mundo. Ultrapassar a barreira, do que hoje se tornou banal, como gostar de alguém de verdade. Se importar o suficiente para não magoar os outros.

E depois de um tempo, eu nunca mais falei com ela. E eu esqueci... quer dizer... não esqueci do rombo que ela deixou no meu peito. Mas esqueci daquele amor que eu senti. Espero que um dia eu possa voltar a lembrar. Se não a minha existência não é justificada. E sem justificação, eu não saberei a minha função enquanto mensageiro dos Juptenianos aqui na Terra.

Paz aos humanóides. Um beijo pras Venusianas e um abraço pros Marcianos. Falow manolos.