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quarta-feira, novembro 24, 2010

Reposer en paix

Descanse em paz. Vicente. Meu peixinho.

Vicente morreu ontem (23/11). Ainda me lembro do dia em que eu escolhia o aquário e ele olhava para mim com os outros peixes. Eu gastei pra caramba naquele dia, enquanto a minha mãe ficava me dizendo que eu ia ter que cuidar dele, que isso exigia responsabilidade... E que eu não tinha. Mas eu comprei mesmo assim, mais ou menos um ano atrás. Tinha chegado a hora dele. Do Vicente.

Eu dei esse nome em homenagem ao curta do Tim Burton, o "Vincent", era uma animação legal. Enfim... eu cuidei do peixe. Por muito tempo, dando comida duas vezes ao dia pra ele. Um peixe não brinca com você, nem te entretêm, mas é como criar uma pessoa no The Sims... Depois de um tempo, quando ela morre, você acaba ficando triste, porque aquilo era seu. E ele morreu.

Eu cheguei ontem do trabalho pra almoçar e aproveitei pra dar comida pra ele. E ao colocá-la no aquário, eu percebi que ele não se mexia pra comer. Ele estava morrendo, bem fraco, com manchas brancas pelo corpo.
Avisei a minha mãe, enquanto a minha vó ficava dizendo que ele não ia viver e que não dava pra ele aguentar. E ela ficou repetindo que ele ia morrer várias vezes, enquanto eu desejava que quem morresse fosse ela, no lugar. Então a minha mãe colocou ele numa bacia cheia de água, e ele não se mexia mais. Tinha morrido. E eu tive que voltar ao trabalho, pra poder enterrar ele só no dia seguinte.

Eu tive prova na faculdade, e ao voltar para casa, não via mais a bacia onde ela estava. E perguntei pra minha mãe onde estava. E ela disse que estava no mesmo lugar de antes.
Então eu achei a bacia, e tava vazia. E ela disse que não sabia onde estava o meu peixe. Perguntou então, à minha vó, que disse que não tinha pego ele. Ao ir dormir, minha mãe avisou que tinha sido o meu pai, e eu fui questioná-lo no dia seguinte à tarde, o porquê dele ter se livrado do meu peixe, e pedi que ele pegasse ele de volta.
Ele me disse que queria usar a bacia, então ele pegou e jogou a água no mato atrás da casa. E que não dava mais pra achar. E eu fiquei bem triste... Porque eu queria enterrar o peixinho. Eu peguei pedaços de madeira e pregos e fui uma cruz improvisada, com o nome Vicente escrito.
Fui colocar atrás da casa e começou a chover bastante... Como se aquilo fosse algo especial. Sempre chove em funerais.
E eu deixei a cruz lá, como um sinal de que um dia viveu um peixinho e que ele foi importante pra mim.

Qualquer dia desses, eu compro outro, acho.

R.I.P. Vincent.

sábado, novembro 13, 2010

Uma Segunda Ruim

Volto ao blog após algum tempo para prestar esclarecimentos sobre a própria ausência.

Tudo ia bem na segunda-feira da mesma semana que vos escrevo. O dia corria normalmente como todos os dias anteriores a esse, as tardes eram tediosas e cansativas, principalmente porque encontro dificuldade em dormir do domingo para a segunda-feira pela diferença do horário. Enfim... Resolvi ao meio-dia, ligar o meu computador e ensaiar um pouco de música no violão, e foi para minha surpresa o que podemos dizer... que o meu computador estava ferrado pra caralho.

E o msn não funcionava, justamente quando eu tinha que entrar nele para verificar se eu tinha "contatos novos". Mas não funcionava, eu tentei de tudo, reinstalar, desinstalar, bater com força na tela, ficar brabo, ficar triste, reclamar do mundo... Não toquei violão, e fiquei tentando arrumar ali. E eu fui me irritando de uma maneira gigantesca, como se todos os barulhos do mundo me incomodassem. Barulhos estes, repetitivos e irritantes.

Fui para a aula de matemática, cansado, abatido, decepcionado. A professora começou a explicar várias coisas e matérias novas que iam cair na prova da aula seguinte, de como operar a calculadora científica HP12C, e de como era bem mais fácil, usá-la para resolver aquela matéria... Mas eu não tenho essa, eu tenho a científica e pra variar, com a que eu tenho é bem difícil. E eu demorava dezenas de minutos para realizar um exercício que o pessoal resolvia em segundos, com facilidade. Fui me atrasando nos exercícios... Me angustiando... Me decepcionando. Quando ela ia dar a lista de exercícios que eram para estudar para a prova, eu peguei as minhas coisas e saí da sala. Fui para casa. Triste, liguei a TV esperando para assistí-la, quando para minha surpresa, o canal que eu desejava não estava pegando.

Fui para o meu quarto, botei meu pijama, me recolhi aos lençóis. Levei as mãos à cabeça, apaguei a luz e lágrimas saíram dos meus olhos. Para a minha surpresa, minha mãe chega, e me pede se estava tudo bem comigo. Ela vê meu choro. Um, de tantos outros.

Ela disse que não sabe como me ajudar. Que ia me levar num psicólogo. Que ele ia me dar um "remedinho", porque ela acha que eu tenho depressão.
O que eu não posso confirmar, mas o fato de não saber o porquê do meu choro aquela hora, é um forte indício que pode existir sim, uma. Ela disse que tinha preocupação, de que eu não falasse nada para o psicólogo. E eu falei do blog. Que eu contava as coisas no blog. E ela disse que eu tinha que contar as coisas para pessoas que podiam me ajudar e podiam me entender. Que os meus amigos não poderiam, e que isso tudo só ia atrapalhar.

Por isso me encontro relutante em postar aqui. Eu não sei se é válido continuar com isso. Eu não sei se o blog me ajuda.

No dia seguinte eu só queria sair do trabalho e ir para a cama dormir. Eu me sentia cansado e abatido, como se tivesse levado uma senhora de uma surra. Não uma surra de uma senhora... Ai ai.

Enfim, o meu pai veio falar comigo e me disse que não era para eu subir pro quarto. Que era pra aguentar firme e enfrentar de frente, mas aquilo estava me consumindo. Ao contrário do que eu realmente queria, eu fiquei lá, até o fim da manhã. E encontrei-me desanimado, até a metade dessa semana, quando a balança como mágica virou, e o Vini otimista apareceu. Eu não ligava para o que falavam de mim, para o que eu pensava das pessoas. Eu só queria viver e esperar até ter idade para reclamar das coisas de verdade. :)

Mas na quinta a Luize não apareceu para receber o meu presente de aniversário que eu comprei para ela. E quer saber? Eu não ligo. Pior para ela, que não ganhou o presente. Me pergunto, se eu levarei o mesmo na semana que vem... Do tipo, eu acho que eu vou guardar esse presente, para uma outra hora.

Hoje eu fui fazer o trabalho de matemática lá na faculdade. Não teve aula de violão... Deu tudo certo... Talvez, se eu simplesmente aproveitar esse feriado, para estudar para a prova, eu só me saia bem e nada mais. Força, Vini. Força e honra.


Com uma pitada de coragem e um tantinho assim de vadiagem.

domingo, novembro 07, 2010

Bônus Semanal 3.0

Deixo aqui só um vídeo de quando eu tava tocando o ratinho 23. O final.

Vini é engraçado. Não.
(Aos que não entenderem, consultem a música "Índios" do Legião Urbana. Ok.)

terça-feira, novembro 02, 2010

Alter ego

Segundo o Wikipedia,
Alter ego ou alterego (do latim alter = outro egus = eu) pode ser entendido literalmente como outro eu, outra personalidade de uma mesma pessoa. O termo é comumente utilizado em análises literárias para indicar uma identidade secreta de algum personagem ou para identificar um personagem como sendo a expressão da personalidade do próprio autor de forma geralmente não declarada.
Para a psicologia, o alter ego é um outro eu inconsciente.
Num outro sentido, o alter ego de uma pessoa não é uma faceta escondida ou secreta da sua personalidade, mas sim alguém de muito íntimo, um amigo fiel e inseparável em que essa pessoa se revê e deposita absoluta confiança. O alter ego é, neste caso, um perfeito substituto em que a pessoa pode delegar a sua representação ou outra função importante, na certeza de que ele pensará e agirá como ela pensaria ou agiria, isto é, como se fosse ela própria. É frequente, na vida política, um dirigente ou governante ter um alter ego como colaborador destacado, alguém habilitado a assumir fielmente as suas funções.

Ou seja, o seu alter ego é a sua outra personalidade, o seu eu interior, não necessariamente o verdadeiro. Só um "outro você".
Onde eu quero chegar com tudo isso? Sim, me parece óbvio, mas eu tenho um alter ego.

Tudo começou quando eu tinha meus 4 anos de idade. A minha irmã tinha ganho um ursinho de pelúcia de aniversário, um cachorrinho de pelúcia, na verdade. Algum tempo depois, apelidado de "Fofinho".
Ele ficou por uns dois anos na prateleira dela, junto a outros bonecos. Até que um dia eu peguei ele de lá e comecei a fazê-lo falar. Com uma voz bem fina, eu simulava seus movimentos com as mãos, fazendo com que todos tivessem a sensação de que ele se mexesse. E foi, naquele brinquedo, que eu depositei os meus medos, o meu humor, a minha imaturidade. Foi com ele, que eu criei as mais diversas situações imagináveis, de cozinheiro à ladrão de bancos. Até hoje eu possuo registros em vídeo de algumas coisas que eu fiz com ele, porém o tempo foi passando e o Vini foi crescendo. Ele não queria mais brincar de ursinho, nem de fingir que vivia em um mundo onde esse tipo de coisa existisse. Já fazia um tempo em que eu guardava as minhas dores para mim mesmo, e não tinha interesse em compartilhá-las.

Mas a minha irmã não pensava assim. Ela queria que tudo aquilo continuasse, mesmo sem entender o que na verdade era o "Fofinho", sem nunca saber que ele na verdade, era eu.
E ela começou a fazer ele falar. Era como se uma parte de mim fosse constantemente imitada e tirado sarro dela. Eu realmente não gostava. A minha irmã não queria crescer, ou melhor, ela ainda não quer.

Tem 20 anos atualmente. Uma mulher, que se recusa a aceitar responsabilidades.

Eu poderia discorrer sobre o quanto isso me incomoda, ou sobre a personalidade do "Fofinho". Sobre um lado meu que poucos conhecem e provavelmente a maioria nunca irá conhecer. Mas ao invés disso, deixarei apenas um vídeo, filmado por debaixo do meu balcão, bem perto de onde escrevo este texto. Foi gravado, enquanto a minha irmã tentava brincar com o ursinho há alguns dias atrás... Tirem suas próprias conclusões.




Eu acho engraçado. De verdade mesmo. Eu rio quando eu ouço.
Por mais que eu não goste de fazer o bichinho falar... Às vezes, eu me pego fazendo. Dou o braço a torcer, quando eu estou de bom humor... A minha parte feliz se manifesta. O Fofinho conversa com as pessoas.

Tem vezes que eu acho que eu estou doente. Do tipo, mentalmente. Hehehehehe. Nem ri.

Ratinho 23 - Análise

Uma breve análise de uma música que eu escrevi pra alguém que eu amava.

Essa é a história que eu vou contar pra vocês
A história do ratinho chamado Ratinho 23

Simples... Introdução.

Ele é um rato de laboratório
Fadado a morrer, sem direito a um velório

O laboratório é uma analogia à prisão em que vivemos, controlados e a falsa sensação de liberdade. A vida é vazia, nós não temos prêmio.

E esse ratinho, sabendo disso, 
era muito triste, sua vida era um desperdício

Sabendo das consequências e do que o esperava, o ratinho, o Vini, vivia em solidão e agonia.

Mas um dia tudo isso mudou,
o amor de sua vida, ele encontrou

Até que a solução para os problemas dele veio. Ele tinha um motivo pra viver.

Era uma ratinha de pêlo bege
Devido a um experimento com um produto de pele

Ela tinha algo que a diferenciava dos outros. Algo que ele achava incrível.

"Ó minha querida, para sempre eu vou te amar!
Eu te adoro muito, meu coração quero te dar!"

E ele se entregou de corpo e alma à ela. Sem olhar para trás.

Meses se passaram e eles se casaram,
mas um dia os cientistas a levaram

Da felicidade, logo vem a tristeza, e lhe tiram tudo. Talvez, eu profetizava que aquela que eu amava, iria ser levada de mim.


E dor e sofrimento foi só o que restou
para o ratinho e seu coração

O ratinho sofreu, e demorou a aceitar...

Um dia ela voltou, para a surpresa
do ratinho, ela tinha um corte na cabeça.

Ela volta diferente.

"O que houve meu amor? Você está bem?"
Mas ela não lembrava do Ratinho 23.

Ele se importa com ela, e quer que tudo seja como antes. Mas não podia ser. Ela não gostava mais dele.

O que os cientistas fizeram, era imperdoável
Não ia deixar barato, aquilo era inaceitável

E ele sentiu raiva, ódio. Quis botar a culpa em alguém. Culpou quem tinha tirado ela dele.

Pegou sua espingarda e todos eles, ele matou!
E dois dias depois, sua querida o deixou.

E na minha mente, o ratinho se vingou. Nos meus sonhos, ele acabou com todos... Mas a vingança não leva a nada. Nunca mais a viu.

Foi aí que o ratinho pensou em suicídio.
Mas isso tornaria, tudo mais difícil.

E ele se sentiu arrasado. Pensou em se suicidar, mas sabia que não valia a pena.

Cobain era fraco, e forte eram os ratos,
Que cheiravam bem loucos o fedor dos esgotos

Referência gratuita a Kurt Cobain, não quer dizer que eu entendia o que ele fez... Mas eu achava que eu fazia uma breve ideia... Mesmo assim, eu negava que aquilo era a solução. Fortes são aqueles que aguentam firme.

E o 23 começou, uma revolução
entre os ratinhos por toda a nação

E já que não podia tê-la, ele resolveu ser grande. Realizar o sonho da vida dele. Uniu aqueles que concordavam...

Foram anos de batalhas com suas espingardas
e tudo acabou com um ratinho vencedor

Fez guerra com aqueles que se opunham, contra os poderosos.

Fez dos humanos seus escravos e a humanidade controlava
mas ainda havia alguma coisa que faltava

E se tornou o monstro que aqueles que estavam no poder antes, eram. Aquilo não o fazia feliz.

Foi aí que ele entendeu, que Cobain não era fraco
Ele percebeu que era somente mais um rato

Ele entendeu o que o Kurt Cobain passava. As drogas... A música. O mundo estava morrendo na época, e ainda está morrendo agora. Somos um grão de areia em meio à uma gigantesca praia.

E uma assembléia ele convocou com todos ratos em louvor
E disse bem alto e claro: "Adeus, vou ver o meu amor."

E informou aos seus queridos similares que abandonaria o planeta.

E um tiro ele se deu com todos horrorizados
Vendo naquela hora, a queda do maior dos ratos

E todos que compatilhavam de seu sentimento ficaram muito tristes...

E ainda há aqueles que contam nos esgotos mais profundos,
a história de um ratinho, que conquistou o mundo

E ele foi lembrado pelo que fez. Pelo que representou...

Porém não se enganem, pois eu digo pra vocês
Falo que não sei pra onde foi o ratinho 23

Pra onde vai a alma das pessoas quando elas morrem?

Se ficou com a escuridão, morto pelo chão
Se foi pro céu ou pro inferno ardendo na imensidão

Pra nenhum lugar? Não existe um Deus, uma alma? Ele quem sabe, foi para o céu, ou pro inferno? Não se sabe...

Mas há uma coisa que eu sei
Nunca esquecerei
Do grandioso ratinho, bravo ratinho 23.

E novamente, ele é lembrado. Por todos. Pra sempre.