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terça-feira, setembro 30, 2014

Existem corpos nas ruas

Parecia um dia normal como todos os outros naquela tarde depois do almoço, em Caxias do Sul.
Peguei minhas chaves, carteira, caneta, celular... Me despedi de quem estava na cozinha e fui em direção ao trabalho, estagiar. Foi então que lá estava... Na frente da livraria, passando um pouquinho a Tronca, um corpo estirado no chão, um ônibus atravessado na pista, carros parados atrás e pessoas ao redor.

Já dava pra supor o que tinha acontecido.

Uma mulher, em torno dos seus 50 anos tinha sido atropelada naquele início de tarde, por um dos ônibus que passam aqui pela cidade.

Passei pelo lado na calçada, e sua cabeça próxima ao meio-fio. Escorria sangue do seu nariz e uma poça se formara saindo da rua e indo em direção aos pedestres.
Ela se encontrava em uma posição em que sua alma não pertencia mais aquele mundo, como se eu soubesse de alguma forma que aquele corpo não tinha mais vida.

Passei reto e fui até o trabalho... Me sentindo muito mal. Contei pra quem tava lá e depois fiquei sabendo que colocaram um saco sobre ela e levaram embora, depois de uma hora e meia de espera.
A mulher tinha o RG de outra pessoa e confundiram a identidade do corpo...

Usava fones de ouvido e tinha tendências à entorpecentes, o que ajudou ao atropelamento. O motorista, segundo testemunhas buzinou, mas de efeito não houve nada, pois a música era muito alta. Na velocidade que estava não tinha nada que pudesse fazer.

E então eu vi um corpo sem vida na rua e na volta pra casa, pude ver o sangue que ainda estava lá, em várias moedas de 10 e 5 centavos embebidas naquele mesmo sangue. O mal estar voltou naquele momento.

A gente vê coisas ruins uma vez que outra quando sai de casa.