Siga o Vini no Twitter

domingo, março 02, 2008

O time de futsal do La Salle

1ª série do ensino fundamental. Sete anos de idade. Um dos piores jogadores de futebol ou qualquer outro esporte de toda a turma.
Tinha inveja dos ditos “colegas”, atualmente quase todos mortos em combate... XO
Essa inveja vinha do fundo da sua alma, quando via o quão bom era as outras pessoas por fazerem futsal.
2ª série. O pequeno Vini pede ao seu pai para entrar na escolinha. Ele entra como “fraudinha” posição usada em escolas de futsal para humilhar os cadetes. Vini se sai mal em todos os aspectos... Se não bastasse ele ser um dos piores jogadores, os caras maus do ano acima do dele tiram sarro dele. Como muitos dizem... “quem não sabe jogar futebol, vira goleiro.”
Foi isso que o pequeno fez. E ele treinou. E treinou. E treinou mais um pouco até se tornar titular no que era na época o time fraudinha do La Salle.
O tempo foi passando e Vini foi crescendo. Ele não queria ser mais goleiro. Ele adquiriu experiência o bastante pra jogar na “zaga”. Ele aprendeu os fundamentos centenas de vezes no que era o sistema podre de ensino da escolhinha. Fundamento. E mais nada.
Vini ainda era bom no gol. Porém ele tinha muita concorrência coisa que antes era raro. Ele não era mais o titular no gol. Ele não era e nunca foi titular na zaga. Um dia ele foi chamado para um jogo. E foi lá que ele viu o horror! Uma goleada o La Salle tomou. E mais umas dez vieram depois dessa.
Humilhação após humilhação, os tempos dourados do La Salle que eram expostos na sala de troféus, foram passando. Vini ficou no time, e os antigos amigos saíram. Ele ficou até que não houvesse mais time. E foi assim. Até que um dia veio os outros caras de uma série inferior a de Vini.
Eles eram craques e sabiam disso. Vini não tinha chance. Foi parar no time B do La Salle, aqueles que nunca jogavam. Ficou ao lado de deficientes mentais, deficientes visuais e deficientes... de alguma coisa mais. Ele não era mais convocado nem pra ficar no banco.
Tempos melancólicos. O time A ganhava medalhas de honra e Vini ficava imaginando como teria sido se ele estivesse ali. O La Salle não perdia mais. Os tempos dourados retornaram. Vini se foi.
E assim, ele largou a escolinha do La Salle, e assim foi até sua idade ultrapassar o máximo permitido. Hoje, ele não sente por ter largado. Ele voltou para o gol e assim é que deve ser. Claro que ele queria uma medalha de campeonato, mas não ganhou nada.
FIM.