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domingo, agosto 28, 2011

A ligação

Na quinta, trabalhava eu normalmente quando o meu pai me chamou lá em cima no escritório pra atender o telefone.

Atendi, e inicialmente ouvi a voz de uma mulher. Achei que fosse do banco, oferecendo alguma promoção chata como sempre. Mas não era. Acho que eu preferiria que fosse.

Entrei na garagem pra ouvir melhor, porque ali na firma é muito barulhento. Era o meu parente. Ele queria conversar comigo.
Falou que não era pra avisar o meu pai que ele tinha me ligado. Não disse por quê. Pediu pra quando os dois caras que viriam no dia seguinte aparecessem, eu desse a sugestão de fazermos um catálogo. Pra minha irmã fazer. Achei tudo aquilo muito estranho, e meio que me senti mal, por estar naquela situação. Ele começou a se explicar e disse que tinha provas de tudo o que tinha dito aquele dia na minha casa. Eu disse que não era fácil para alguém ouvir uma pessoa que acusava o meu pai e ele disse que sabia disso.

Me senti com raiva naquela hora.

Ele perguntou quem tinha morrido na família. Eu disse quem era. Ele fez um comentário tipo "ninguém fala nada...", como se ele não tivesse percebido que a gente não gosta mais dele. Ele deu tchau e eu também. Disse "até a próxima ligação". Meu estômago embrulhou.

E ficou exatamente assim, até eu conversar com a Luki e pedir o que fazer... Afinal de contas, eu confio muito nela. Ela mandou falar pra minha mãe e decidir. No dia seguinte eu contei. Minha mãe disse que teria que conversar com o meu pai sobre o catálogo. Não falou nada sobre a ligação.

Meu pai veio falar comigo hoje. Ele disse que não teria como fazer um catálogo porque a quantidade de peças é imensa. Eu sei bem que é mesmo. Também não mencionou nada sobre a ligação.

Tenho medo a cada fim de semana. Medo de que os meus parentes venham aqui e achem que ainda são amigões do pessoal. Medo de que dê alguma merda.

Eles não são mais bem-vindos aqui.

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