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quarta-feira, agosto 24, 2011

Crise [2]

Como vocês já sabem, eu estou prestes a perder o meu trabalho e consequentemente, o meu futuro.

Sendo obrigado a recomeçar tudo do zero, para tentar conseguir alguma coisa na vida.

Ontem foi um dia que... eu meio que percebi as coisas.

De manhã, eu tentei fazer uma tabela no excel pro meu pai, pra organizar os pedidos dele, tarefa essa que continuo a fazer por ter muita coisa mesmo. Era uma desorganização absurda, e tentamos ajudar como podemos. Mais uma vez, eu sinto a mesma coisa... Pra quê ficar fazendo tudo isso, quando a firma vai fechar? Há esperança? Não sei. Mesma sensação, sentida a cada peça que eu regulo. A cada hora gasta ali.


Ontem já era quatro da tarde, quando o meu pai chegou pra mim e disse que a minha prima tinha morrido. Num acidente de carro, enquanto ela ia pra Bento dar aulas de balé. Eu fiquei meio chocado...

Eu tinha combinado com a Luki de sair mais cedo do trabalho pra encontrar ela. Era quatro e meia, e eu subi na cozinha. A minha vó tava chorando na cozinha, e a minha mãe e irmã tavam com os olhos molhados também nos quartos. Peguei minhas coisas, e tomei banho. Me vesti. A minha irmã pediu se eu ia no velório de manhã.

Eu disse que não, porque eu não gosto dessas coisas. Tá ninguém gosta, mas eu me sinto mal mesmo.

Fui encontrar a Luki, e tudo tava bem... Eu conversei com ela sobre as coisas do dia, e a gente tava indo pra parada dela... até que eu falei uma besteira. Uma como tantas que eu já disse. Eu só não imaginava que ela ia ficar ofendida de verdade.

Aí ela começou a caminhar bem rápido pra parada, enquanto chovia. Eu parei por um instante. Valia a pena correr atrás dela? Sim. - eu pensei. Aí eu fechei o meu guarda-chuva e fui na direção dela, rápido. Ela me abraçou, e eu pedi desculpas por ter dito aquilo. Ela atravessou a rua sem olhar. Um carro parou e buzinou.

Ela passou... e eu passei logo atrás. Aí ela ficou lá na parada comigo.

Aí meu olhos se encheram de lágrimas e começaram a escorrer pelo meu rosto. O ônibus dela chegou... Mas ela não queria entrar porque eu tava chorando. Ela ficou ali esperando o próximo comigo.

Aí ele chegou, ela entrou no ônibus e foi embora. Fui pra casa correndo. Larguei minhas coisas. Já não tinha ninguém em casa, foram na casa do meu tio consolar o pessoal.
Tomei café ligeiro e comi uns pães. Coloquei minhas mochila e saí correndo de casa. Passei no Humberto.

Liguei pra ele avisando que tava atrasado. Perguntei se ele ainda estava em casa. Ele disse que sim, e pediu se eu tava ali embaixo esperando ele. Eu disse que sim.
Ele disse que já tava descendo. Passaram 7 minutos esperando na chuva e ele não apareceu. Não deve ter entendido que eu tava ali esperando. Fui pra faculdade. Matemática Financeira. Matéria complicada. Difícil.

Minha cabeça penicava, minha perna doía. Fui para casa. Vi tv e dormi.

Se eu perder a Luki, eu não vou ter mais nada.

2 comentários:

L disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pffrech disse...

Ih, se vai ter esse pessoal que você mencionou, coitado do Vini.

E meus pêsames pela perda, pequeno Vini. E meus pêsames também por você ter que usar o excel.