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domingo, agosto 21, 2011

Crise

Essa é realmente uma longa história, tão grande quanto qualquer uma já contada aqui... E tão complicada quanto.

Enfim, ela tratará de algumas pessoas e não citarei nomes, e algumas empresas que eu também não contarei, afinal de contas não queremos ser processados. Mas a parada é sinistra maluco.

Tudo começou alguns meses atrás, ou talvez mais tempo (tá tudo passando tão rápido que eu nem sei mais). O meu velho pai estava com dificuldades pra manter a família economicamente e o saldo da conta não ajudava muito. Enfim, o pagamento dos funcionários era maior que o que a empresa lucrava por mês, o que é igual a prejuízo. Meu pai rapidamente precisava de uma medida drástica, para ganhar mais dinheiro e resolver tudo...

Um familiar meu ofereceu ajuda. Eles poderiam ganhar o dinheiro necessário, e tudo ficaria bem. Eu procurarei não julgar ninguém nas linhas seguintes, apesar de eu ter o meu próprio consentimento sobre o que aconteceu de verdade.

Colocariam dinheiro dentro de uma empresa falida, com o objetivo de mantê-la. O dinheiro retornado era grande, mas sem garantia... E pois é... foram tantos problemas e tantas discussões por causa disso... E tudo aconteceu ao contrário. Meu pai investiu 400.000 reais na empresa. E sim, ele perdeu tudo.

Sábado de manhã, já era meio-dia e eu estava dormindo lutando para levantar... Foi aí que eu ouvi na cozinha, o meu pai contando... Que a gente tinha perdido tudo. Que ele não sabia como pagaria as contas naquele mês. Dei um abraço nele.

E tudo meio que desabou. A gente não sabia o que fazer...

Foi aí que a minha irmã resolveu escrever no Facebook e mandar uma mensagem para o meu parente, pedindo porque ele tinha deixado a gente pobre. Basicamente, ela acendeu o pavio... da bomba gigante que veio...
No mesmo dia, eu saí com a minha namorada de tarde. A gente se divertiu como sempre, e ao voltar para casa, o meu parente estava lá com a família dele. Cheguei e passei direto por eles, entrando no meu quarto rapidamente. Coloquei música meio alto e esqueci do mundo.

Foi aí que a minha mãe entrou no meu quarto sem dizer uma palavra. Ouvi ruídos vindos de fora. Eram os meus parentes discutindo com o meu pai na cozinha... Passei por minha mãe, e fui em direção ao barulho. As minhas suspeitas eram reais. Meu parente fazia acusações graves ao meu pai, dizendo que ele tinha roubado da empresa e que tinha comprado uma decisão judicial.

Não podia permitir que ele falasse tais coisas. Cheguei na frente dele e fiz sinal de silêncio(shhhhhh), e ganhei um "o que que é isso?". Armou-se uma confusão.

Enquanto o meu pai ficava dizendo que ia arrebentar o meu parente, a mulher do meu parente balbuciava asneiras e me deixava irritado. A situação estava fora de controle e depois que eles se acalmaram, começaram a explicar o que tinha acontecido. Enquanto o meu pai tentava explicar o que tinha acontecido, a mulher do meu parente ficava interrompendo ele, e fazendo comentários desgraçados. Uma hora eu disse "Tá, deixa ele continuar!" e ela olhou pra mim e disse que estava falando com o meu pai e não comigo.

Deu vontade de pular e socar a cara dela, de verdade. Enfim... Quando meu pai acabou de contar tudo, conversei com o meu parente. Queria ganhar a confiança dele pra que eles fossem embora rápido. Minha irmã começou a chorar e pediu desculpas. Minha mãe tinha saído. Ela me disse depois que não ia aguentar ficar ali ouvindo aquelas coisas e que tinha que sair de casa, pra não fazer nenhuma besteira.

Eles se dirigiam à saída, quando meu pai chamou os meus parentes pra mostrar no computador que ele não tinha roubado nada. Na verdade ele nem precisava explicar nada para aqueles malucos... Eles foram embora, e eu pedi pra minha família pra que não comentassem mais sobre isso, porque eu não queria ouvir mais.

Era sábado, véspera do dia dos pais, e o meu tinha pedido pra que não comprassem nenhum presente pra ele. A gente não tinha dinheiro pra bancar um presente, que sempre tinha vindo do bolso dele. Mas eu tinha meu próprio dinheiro agora, e aproveitei que estava no cinema do shopping com a minha namorada, pra comprar o presente.

Comprei algo que era baratinho, porque eu não tinha muito dinheiro depois do cinema. Fui para casa, acordei de mei dia do domingo. Era pra eu ir pegar o meu xis que o meu pai tava fazendo. Entreguei o presente, peguei o xis.

Fui comer na mesa, quando ele veio chorando ali, dizendo que não merecia nada porque tinha acabado com a vida de todo mundo. Que não era pra comprar presente nenhum pra ele, porque ele não merecia. Foi foda. Eu disse que tudo o que a gente tinha, era por causa dele, e que não adiantava mais chorar, porque as coisas já tinham acontecido e não dava pra voltar atrás. Minha mãe, que tava junto concordou comigo.

Eu saí dali. Fui para o meu quarto, minha mãe ficou com ele conversando. Toda vez que eu olho para ele, me lembro dessa cena. Dele chorando. Nunca tinha visto o meu pai chorar. Minha mãe me disse mais tarde que o meu pai tinha ficado chateado, porque parecia que a gente tinha defendido o meu parente. Que merda.

As nuvens sobre a nossa casa eram cinzas e turbulentas. Meu pai queria vender as máquinas, para pagar a demissão dos funcionários e fechar a empresa. No fim ele não conseguiu. Disse que ninguém queria comprar maquinário essa época do ano. Fui trabalhar na segunda sem saber o que fazer. Continuar? Pra que, se aquilo ia fechar... E olhar pros funcionários que riam e faziam as coisas normalmente foi muito foda também. Outra coisa era que a empresa poderia ter sido minha um dia. E eu tinha alguns planos para ela e coisas para melhorar. Uma pena.

A solução era trabalhar bastante, para vencer o prejuízo e sobreviver mais um mês. Um rapaz de São Paulo, comprou todo o estoque do meu pai, e pelo menos por aquele mês a gente tava salvo. Mas aí eu descobri que tinha um problema. O meu pai era extremamente desorganizado, e nem sabia quanto tava ganhando.

Enfim, a situação atual é a de que não se sabe como a gente vai conseguiu sobreviver. O Vini poderia trabalhar fora, assim como a irmã dele. Mas nem assim, eu acho que daria certo.

De qualquer modo, só o futuro dirá o que vai acontecer. Se depender de mim, as coisas podem dar bem certo. Se depender de como andam as coisas ultimamente, elas podem dar bem errado.

O destino está nas mãos do acaso.

5 comentários:

L disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
L disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vini disse...

Eu realmente fico muito agradecido por te ter por perto. Minha querida.

L disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Pffrech disse...

Porra véi, essa postagem foi foda... Ainda bem que o blog todo é de histórias ficcionais, não é mesmo? Tipo, se isso fosse verdade, vocês estariam fudidos... Ah, epa, peraí. Ah, foi mal cara, eu sei que foi maldade, mas eu tinha que ser o filho da puta da vez.

Segura firme aí Vini, vai ficar tudo de bowa, tu vai ver.