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domingo, junho 26, 2011

Tudo por ela...

Quinta da outra semana, tinha combinado de me encontrar com a Luana pra gente se ver. O único problema é que era em uma quinta-feira, que geralmente é o dia mais agitado de toda semana. Pois bem, nas vezes que tenho que me encontrar com ela, saio do trabalho às 16:30 pra tomar banho e me arrumar pra faculdade, além de tomar café.

Mas nessa quinta em especial, as coisas saíram diferentes.

Era 16:25 quando eu fiquei sabendo que eu tinha que fazer uma peça especial para mandar. Avisei meu pai de que eu tinha que sair às 16:30 e não ia poder fazer a peça pra ele. Ele disse:

"-Não... como assim, tem que sair? Vai aonde? Preciso de ti aqui cara..."

"Bah, não vai dar, eu tenho que sair." - eu disse.

"Não, Vini... Tá maluco? Eu tenho compromisso com essa gente... Eu TENHO que entregar a peça!"

Começou a me chamar de querido. Nunca me chamou assim antes. Senti raiva.

Meu peito começou a doer aquela hora... Eu tirei meu guarda-pó, meus tênis, o protetor no ouvido. Tudo isso enquanto ele olhava pra mim e repetia a última frase.
Subi as escadas. Ele me seguiu. Entrei no banheiro e fui fechar a porta. Ele segurou ela e me disse que eu tinha que fazer a peça. Fiz força e fechei a porta... Ouvi ele falando com a minha mãe pra me convencer a ficar.
Em um momento de irritação, comecei a gritar... "VAI CHORAR EM OUTRO LUGAR!!".
Me arrependo disso. Sentia raiva. Raiva da situação que eu estava.


Liguei o chuveiro, tomei banho. Me vesti, sequei o cabelo e rapidamente fui para as escadas, tentando sair da bagunça gerada o mais rápido possível. Meu pai me esperava lá fora. Minha mãe e irmã na sacada olhando.
Meu pai continuou a falar que eu tinha que fazer a peça porque ele tinha prometido entregar. Eu fiquei dizendo que sentia muito, mas eu não poderia fazê-la. Minha mãe começou a falar coisas lá na sacada. Minha irmã me disse que se eu estava saindo pelo que ela estava pensando, ela ia me bater.

Saí de lá lacrimejando.

Cheguei no shopping. Por três vezes quase tive ataques de choro. Todos controlados. Mandei uma mensagem para a Luana pra ela vir rápido. Não aguentaria mais muito tempo.

Ela chegou, e logo a levei ao terceiro andar. Disse que a gente precisava conversar. Senti a cara dela ficar séria. Me expressei de forma ruim e fiquei me sentindo mal por ter falado daquele jeito. Não me expliquei porque sabia que já ia contar tudo o que estava acontecendo. A gente não ia terminar. =]

Enquanto contava tudo, comecei a chorar. Era difícil se conter naquela situação... Meu nariz começou a escorrer e foi um momento bem nojento. Após um longo desabafo, me acalmei e fui ao banheiro por causa do nariz e tal. Não queria voltar pra casa.

Fui com a Luana até a parada esperar o ônibus dela. Ficamos muito tempo lá. Dei um último beijo nela, enquanto o ônibus ia embora. Ela perdeu o ônibus. Fiquei esperando o próximo, mas ela me mandou pra casa. Eu tinha coisas a resolver lá.

Fui caminhando rapidamente na volta pra casa. Pensando. Muito.

A Luana correu atrás de mim e pulou nas minhas costas me assustando. Fiquei feliz por ela ter feito. Abracei ela, e me senti confortado pelo meu amor. s2
Ela voltou pra parada e eu fui pra casa. Passando pela frente do shopping, vi o rapaz que trabalha comigo, esperando ali o ônibus dele. Pedi o que tinha acontecido.

Ele me disse que tinha conseguido mandar a peça, menos uma. Agradeci e dei tchau. Fui caminhando rápido pra casa de novo e ao chegar lá, logo abri a porta da firma, onde meu pai estava. Não olhei para ele, somente passei reto e acendi as luzes, que estavam apagadas. Meus olhos começaram a escorrer novamente.

Ele me disse que tinham conseguido fazer a peça e que não precisava mais. Continuei a acender as luzes, senti falta de ar e tosse. Ele continuou a falar isso, até eu ligar o compressor de ar. Quando ele disse que jamais ia me botar nesse tipo de situação por eu ter ajudado tanto ele.

Continuei a chorar.

Desliguei tudo e subi as escadas.

Estava tudo bem de novo.

Na última semana, ele vem me tratando de forma cautelosa, como se eu fosse algum tipo de monstro em uma gaiola e ele o encarregado de alimentar a fera. Era uma mistura de medo e obrigação. Creio que demorará para ele me tratar como antes.

Em si, tudo isso só prova que eu faria qualquer coisa pela Luana. E que de forma recíproca e doce, ela estaria lá para segurar a minha cabeça enquanto eu estiver num momento difícil. E pelos céus...
Como eu a amo.

Tive que prometer, embora, que não faria mais isso. Que da próxima vez, eu cancelaria tudo com ela e nós marcaríamos uma outra data. Eu prometi...