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sábado, agosto 29, 2009

Nonsense

"Querido diário, agora é de noite, faz tempo que não escrevo em você. Ontem atravessei a rua sem que meu pai descobrisse, mas hoje ele me pegou com um azulejo e agora tenho nove anos. Foi um alívio ele só falou comigo e me falou coisas que eu não entendi direito. Amanhã escreverei em você se puder. Se não puder não se preocupe. Ah hoje é dia 03/04/01. Terça-feira. Estou na 3ª série."

Tá... esse é o último post sobre as citações do meu diário. Prometo.
De qualquer forma, eu acredito que essa seja a parte mais sem sentido, "on drugs", de todas. Mas justo por causa disso, eu acho ela a mais legal.
Bom... tudo começou há muito tempo atrás, tempos aqueles que eu não podia atravessar a rua sozinho. Que eu tinha que dar a mão para o meu pai e para a minha mãe... e até pra minha vó, raramente.
Era bem chato, porque os outros caras não faziam mais isso. Além do mais, eles iam pra escola sozinhos, e quanto a mim, eu era acompanhado da doce presença do meu pai e da minha irmã.
E era vergonhoso. Bastante.
Só que eu fui crescendo. E esse negócio de "dar a mão", foi evoluindo pra uma coisa patética. Que basicamente se tratava em chegar na rua na frente de casa, e esperar uma autorização do meu pai pra poder atravessar. Patético! Nada mais!
E um dia, eu resolvi dar um basta nisso!! E atravessei aquela merda sem pensar duas vezes!! Yeeeahh!!
Só que o meu pai viu. Na verdade, o plano em si não era muito bom, porque ele ia me ver do outro lado da rua de qualquer jeito. Dããããrr.
Ahaha... e eu achei um azulejo no chão... e botei no bolso. Daí o meu pai veio falar comigo, de que eu podia atravessar, mas eu tinha que ter cuidado... Blá blá blá, nha nha nha.
E caiu o azulejo no chão. E foi bizarro. Porque não tinha motivo pra aquilo estar ali. E ele entrou pra dentro de casa e eu também.

Agora que eu vi que eu falava com o meu diário... Tá loco... Tudo que era lixo tinha vida pra mim... E acredito que a minha mente funcionava desse jeito que eu escrevi mesmo... Sem vírgulas. E tudo embaralhado. De vez em quando esse meu jeito volta. E eu fico bem doidão. Uhul!!

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